Coerência: o sentido no texto publicitário
A interpretabilidade é fator fundamental para determinar a coerência de uma produção textual. Segundo, Koch e Travaglia a coerência não depende apenas da forma como elementos linguísticos são utilizados, mas também do conhecimento de mundo apresentado pelos interlocutores. Portanto, é a coerência que garante que o texto tenha textualidade. Todos os fatores estudados, aliados a outros convergem para a obtenção de uma melhor compreensão dos textos.
Referência:
KOCH,Ingedore Villaça ; TRAVAGLIA, Luiz Carlos Coerência textual 17ª edição. 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2008.
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Com base no que estudamos ao longo do bimestre e no seu conhecimento de mundo, vamos às atividades de leitura!
Quando lemos somente o título da campanha publicitária, a primeira impressão que temos é que o enunciado é incoerente. Afinal, egoísmo e altruísmo são conceitos opostos. Entretanto, à medida que lemos o texto, percebemos que o autor utilizou como recurso o princípio da contraditoriedade, ou seja, aquilo que foi construído por um discurso pode ser destruído pelo discurso contrário.O uso desse princípio é muito utilizado na argumentação com a finalidade de convencer o leitor. Sendo assim, como leitor do texto, após identificar o tema da campanha, aponte a intencionalidade do autor ao escrever um texto aparentemente contraditório e explique como a aparente incoerência do título vai ganhando sentido no decorrer da leitura:
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Leia o outdoor e identifique:
1) O tema da campanha;
2) O público alvo;
3) A intencionalidade;
4) O recurso argumentativo utilizado e o efeito pretendido;
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obs. A frase acima de Fallon PMA é : " Uma homenagem a São Paulo e uma pequena crítica a São Pedro.”
Identifique o elemento coesivo utilizado na construção do cartaz publicitário e a estratégia linguística que somados à frase acima e ao contexto, proporcionam a coerência textual e explique o humor contido na mensagem do cartaz.
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O anúncio, produzido para uma campanha contra as drogas, utiliza pouca linguagem verbal. Entretanto, o elemento verbal utilizado no cartaz ganha força por uma razão. Identifique-a e explique:
"A história tem provado a capacidade demolidora da poesia e nela me amparo sem mais nem menos".
Pablo Neruda
As palavras, na poesia, abrangem sentidos que vão além da linguagem verbal, oral ou escrita. Ler poesia é, portanto, viajar pelas palavras em suas múltiplas possibilidades. Por isso podemos dizer que o ato de ler poesia (re) ativa o poeta que somos, pois sua linguagem incita a criação.
Referência: MORICONI, Ítalo. Como e por que ler a poesia brasileira do século XX. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002
"Poesia não é para compreender mas para incorporar.
Entender é parede: procure ser árvore."
Manoel de Barros
Segundo o poeta, a poesia não tem um único sentido, ou seja, estático como uma parede. Ela é plural, como as árvores que se transformam e dão frutos. Seguindo o conselho de Manoel de Barros, nossa atividade não foi a de fazer da poesia um mero objeto de estudo de texto e coerência, mas sim o da busca do que as poesias lidas significam para cada um de nós. Sendo assim, entendemos que a busca de sentido do texto deve ter a ver com a sua função comunicativa e poesia é imaginação, sentimento e sabedoria combinadas. Poesia é leitura para deleite! E foi assim que o estudo da coerência textual foi feito em relação a esse gênero. Nossa atividade foi simplesmente ler... E como ler é dialogar com o texto, nossa missão foi apenas a de compartilhar com a turma o que as poesias lidas nos disseram.
Sendo assim,buscar coerência para as poesias que lemos seguiu os seguintes passos:
1- Trouxemos várias poesias para aula;
2 - Lemos algumas delas e compartilhamos com todos a leitura e as impressões que tivemos ao lê-las.
3 - Comprovamos, com a atividade, que muitas vezes uma poesia parece incoerente à primeira vista, mas, que ao dialogar com elas, vamos atribuindo-lhes sentido. Percebemos na prática que ela pode e deve possibilitar sentidos vários, dependendo do olho de quem lê. E, principalmente, compreendemos que poesia é um texto gostoso de ler!
Algumas das poesias lidas
Subi a porta e fechei a escada.
Tirei minhas orações e recitei meus sapatos.
Desliguei a cama e deitei-me na luz
Tudo porque
Ele me deu um beijo de boa noite...
(Autor anônimo)
Espelho
Nos cacos
do espelho
quebrado
você se
multiplica
há um de
você
em cada
canto
repetido
em cada
caco
por que
quebrá-lo
seria
azar?
Ana Martins Marques
in "Da Arte das Armadilhas"
Poeminho do Contra
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!
Mario Quintana , In: Caderno H, Mario Quintana: Poesia Completa, Editora Nova Aguilar, p. 257.
Tecendo a manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
João Cabral de Melo Neto (In: A educação pela pedra)