INFORMATIVIDADE: informações não previsíveis
O primeiro passo para compreender o que é informatividade é se perguntar: O que você busca ao ler um texto? Quais as expectativas que se formam mediante tal procedimento? Afinal, ninguém lê sem finalidade, não é verdade? E é justamente a partir disso que reside o ponto central de nossa discussão de hoje: a informatividade .
No sentido literal, informatividade é a capacidade que se atribui a um determinado texto de acrescentar informações novas ao interlocutor. Dessa forma, podemos afirmar que a informatividade precisa ser ajustada ao perfil dos interlocutores, à finalidade comunicativa a que se presta o discurso e ao contexto enunciativo. Logo, informatividade nada mais é do que a medida na qual a ocorrência de um texto é conhecido ou não, esperado ou não pelo leitor.
Existem textos que retratam um grau de informatividade maior que outros, fato esse que depende daqueles fatores básicos que norteiam a finalidade da escrita: por que, para quê e para quem escrevemos, cujos aspectos, uma vez cumpridos, tendem a fazer com que a interlocução se materialize de forma significativa. Assim, o grau de informatividade, é medido de acordo com o conhecimento de mundo das pessoas a que ele se destina. Ou seja, dizemos que um texto possui um alto grau de informatividade quando a compreensão mais ampla desse texto depender do repertório cultural do leitor. Um texto é mais informativo quanto menor for sua previsibilidade, e vice-versa. Para que haja sucesso na interação verbal, é preciso que a informatividade do texto seja adequada ao interlocutor.
Digamos que há três níveis , o baixo , o satisfatório( médio) e o alto. O mais indicado é que um texto esteja no nível satisfatório, uma vez que este, além de mobilizar o repertorio cultural do leitor, ainda lhe traz informações novas. No entanto, se a informatividade do texto for muito baixa, o leitor pode desinteressar-se por ele, pelo fato de não apresentar nada de novo ou importante. Este tem sido um dos grandes problemas das redações de vestibulares. É necessário que estas produções apresentem um grau médio de informatividade, para que o texto não corra o risco de cair na obscuridade ou relatar o óbvio.
Uma grande parcela dos textos de circulação nacional veiculados pela mídia possui um grau médio de informatividade, tal como ocorre com a maioria dos textos que circula na esfera jornalística, destinada a um público mediano, em termos de informação. Já um texto dotado de alto rigor científico traz consigo um grau maior de informatividade, podendo ser veiculado, por exemplo, numa revista científica e ser destinado ao público que faz parte desse universo.
Com base em tudo o que foi dito, não se torna descabido apontar acerca do fato de que quando entramos em contato com as informações expressas num dado texto, esperamos que ele contenha um médio grau de informatividade, no mínimo, pois, caso contrário, podemos perder o interesse e deixar a leitura de lado. Importante também é pontuar que na escrita ocorre da mesma forma, ou seja, temos de fazer uso de informações que trarão conhecimento novo para o interlocutor, com vistas a trazê-lo para junto do discurso que ora produzimos.
FONTES:
CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação. São Paulo, Atual Editora, 2000.
DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. "Informatividade X Senso Comum"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/redacao/informatividade-x-senso-comum.htm>. Acesso em 26 de novembro de 2017.
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