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Comunicar é partilhar sentido


O texto, segundo Bakhtin (1997) “representa uma realidade imediata (do pensamento e da emoção)” e o discurso do homem, no tempo e no espaço, expõe ideias, anseios, temores, expectativas do grupo social.


Nesse sentido, comunicar não é somente transmitir e/ou receber uma mensagem. Comunicar é partilhar sentido. E integrar os vários níveis de sentidos, não é tarefa fácil nem para o leitor nem para quem escreve. A reflexão, tão importante nessas situações, só ganhará eficácia se vier acompanhada de experiências e fatos significativos.


Desse modo, o “leitor-interpretante” não pode deter-se no valor denotativo da palavra. É preciso refletir, perceber o contexto e as possíveis intenções contidas no texto, ou seja, o leitor deve estar preparado para ler os implícitos do texto.


Como vimos ao longo desse trimestre , para produzir e receber os diversos textos circulantes na sociedade é preciso estar atento aos fatores que garantem a sua textualidade, ou seja, que asseguram que o texto atinja seu propósito que é comunicar. Entretanto, não podemos esquecer que o discurso é uma prática social e, nos textos, por fazer parte de um contexto sócio-histórico-cultural, reflete uma determinada visão de mundo. É preciso também dizer que um texto traz o eco de outros discursos lidos ou ouvidos na sociedade e que as palavras, organizadoras do discurso, participam da construção do sentido junto com os leitores ou coprodutores interpretantes.


Sendo assim, o texto necessita da interação com o leitor: é um processo ativo que não está apenas no sentido literal. A interação vai depender tanto da habilidade do produtor quanto da habilidade do leitor e aí se inclui a bagagem cultural. Portanto, é preciso visitar e revisitar os textos com os quais dialogamos, eles devem passar por constantes revisão e ampliação ( tanto em sua produção, quanto em sua leitura). O texto é dinâmico, plural e é realizado para comunicar. Mas só há comunicação, de fato, quando conseguimos partilhar sentido.


Referências:

BAKHTIN, Mikhail Estética da criação verbal. In: ______ Os gêneros dos discursos. São Paulo : Martins Fontes, 1997.p.277 a 327

KOCH, Ingedore Villaça e ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2008.

KOCH, Ingedore Villaça. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 2014.


 

Exemplos de atividades  para refletir sobre a  língua. 

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